Mais uma vez, um fotógrafo do Fotop ganha as areias o prêmio de melhor foto do maior rally do mundo

A edição de 2023 do Rally Dakar foi, certamente, a mais difícil para o fotógrafo do Fotop Marcelo Machado de Melo, mas também foi a mais recompensadora. Isso porque ele venceu, pela segunda vez, o prêmio de melhor foto do evento. Sua primeira vitória foi em 2019, quando se tornou também o primeiro brasileiro a se destacar na premiação. 

Melo, que chegou exausto ao maior rally do mundo, pois havia acabado de cobrir uma Copa do Mundo, com dois jogos por dia, dormiu poucas horas e muito mal. Tudo parecia estar contra ele.

(Foto: Horacio Cabilla)

Experiência no Rally Dakar

“Cheguei exausto fisicamente e mentalmente também. Mas fui vivendo um dia por vez, sem pensar o quão longo é o rally”, conta o fotógrafo. 

E todo esse esforço parecia que não estava sendo recompensado com bons dias de fotos, segundo o fotógrafo. A chuva, a luz ficava neutra demais, os carros que não levantavam poeira nem areia. 

As fotos sem ação só foram melhorar na segunda semana de Rally Dakar. E o desânimo no início por conta do cansaço era evidente. 

“Depois de 40 dias comendo comida super condimentada, a refeição no bivouac este ano foi horrível… brincávamos que era a mesma comida, só que em formato diferente, o sabor era sempre o mesmo e não era dos melhores”, conta. 

Para o fotógrafo, a maior mensagem que o prêmio traz é a de que todo esforço sempre será recompensado. “Entre um prêmio e outro, a constância em se esforçar ao máximo para fazer boas fotos foi evidente, e isso contagia a equipe toda, todos cada vez mais querendo melhorar sua própria fotografia. Assim um puxa o outro pra cima, um apoia o outro”.

Nunca estar satisfeito e trazer um olhar de fora para coisas cheias das mesmas referências, para o fotógrafo, é o que vai trazer o diferencial no trabalho que se entrega. Por isso, só ter referências e experiências de um único nicho também pode limitar o profissional da imagem. 

“Nesses quatro anos fiz Rallys, Copa do Mundo, Panamericano, corporativo, retratos, eventos, publicidades de diversos produtos distintos, moda e beleza e arquitetura. Não sou especialista em NADA, sou fotógrafo e tento usar meu olhar para atender essas minhas demandas. Essa é a maior lição que tenho desses quatro anos. Assim, faço muitas coisas diferentes e todas com o máximo empenho para ser a melhor foto que vou fazer”, finaliza.