Mesmo sendo um estilo do passado, a fotografia analógica ainda tem seu valor nos dias de hoje, mesmo com a polarização das fotos digitais e o surgimento dos smartphones
A fotografia pode ser esmagadoramente digital hoje em dia, mas a influência do filme ainda permanece palpável. De filtros de aplicativos para fotos que simulam a aparência dos filmes à novas câmeras digitais projetadas para parecerem mais vintage, o analógico continua influenciando a forma como percebemos a estética da fotografia em geral.
Como em qualquer tipo de análise e entendimento da relevância de algo “antigo” nos dias de hoje, devemos voltar e olhar para ele de forma analítica. Em primeiro lugar, há a câmera de filme, o que significa que os fotógrafos só podem tirar 36 fotos por vez. Existem diferentes tipos de filme: o de 35mm, o 110 (formato menor), o 120 (também conhecido como “formato médio” e que fornece imagens quadradas) e o filme instantâneo, usado em polaroides, por exemplo.
O rolo de filme, assim como um cartão de memória para uma câmera digital, é removível. Depois que todas as 36 fotos são tiradas, o processo criativo continua dentro da câmara escura, também chamada de laboratório fotográfico.
Uma vez lá, o fotógrafo trabalha com cuidado, pois há uma série de outras reações químicas que envolvem a retirada do filme, a projeção da imagem em papel fotográfico e o desenvolvimento dessa imagem a partir dele. Cada uma dessas etapas influencia muito na aparência final da imagem e, embora os experimentos sejam incentivados, também existem regras a serem seguidas.
A forma analógica de fazer fotografia é muito mais exigente do que a digital, embora o Photoshop e os softwares de edição de fotos relacionados sejam considerados “a nova câmara escura”.
Também é verdade que na “câmera escura” é possível, literalmente, “colocar as mãos em” uma fotografia real, vê-la ganhar vida e segurá-la – coisa que acontece muito raramente hoje em dia.
Há uma ótima citação de Andy Warhol, sobre fotografia analógica, que diz: “A ideia de esperar por algo torna tudo mais emocionante”, e neste caso não poderia ser mais verdadeiro.
Com as câmeras de hoje (agora os celulares), tiramos centenas de imagens, e isso dá aos amantes da fotografia, bem como aos fotógrafos profissionais, muita liberdade e, também, descuido. Quando você sabe que tem apenas 36 chances de capturar aquele momento perfeito e obter apenas a imagem que deseja, tudo ganha uma nova perspectiva.
Você fica mais focado, é obrigado a conhecer melhor sua câmera e não pode ver sua imagem na pré-visualização antes de (com sucesso) revelar o filme. Então, subsequentemente, você presta mais atenção à composição, cores, luzes e seleciona o cenário com mais cuidado. Você cria aquele toque vintage, granulado e único na fotografia que diversos aplicativos estão desesperadamente tentando recriar por meio de sua série de filtros.
Lomografia e Polaroids – Instagram do Passado
Aqui estão dois métodos de fotografia analógica que estão se tornando cada vez mais populares nos dias de hoje. Lomografia (também conhecida como Lomo) e Polaroids vêm com câmeras especialmente projetadas para seu próprio uso e permitem que você seja tão espontâneo quanto quiser.
As câmeras lomográficas geralmente são feitas de plástico e, portanto, são bem baratas.
Para obter sua estética única, que envolve distorções voluntárias e certa gama de cores e saturação, por exemplo, elas são projetadas para permitir vazamentos de luz ou queima de filmes. Como tal, a Lomografia pode produzir imagens muito imprevisíveis, o que só aumenta a diversão.
É uma situação semelhante com as polaróides, pelas quais você nem precisa esperar muito, pois elas se desenvolvem após apenas alguns minutos sob a luz.
Seu fascínio vintage ainda é algo que nenhum outro tipo de fotografia digital ou analógica pôde recriar, e elas também representam um dos itens de arte colecionáveis mais interessantes e procurados que existem.
Colecionando Fotos Analógicas
Por falar em colecionar fotografia analógica, aplicam-se as mesmas regras que na coleção de peças de arte, por exemplo. No entanto, existem algumas coisas que distinguem as fotografias analógicas das digitais em termos de coleção e o que os colecionadores procuram.
Ao contrário da fotografia digital, que normalmente só permite captar impressões, a fotografia analógica oferece uma variedade de itens, como tiras de filme, negativos reais e até as próprias câmeras antigas. Devido ao seu processo de impressão, as fotografias analógicas são mais raras do que as digitais, por isso suas edições também têm um valor maior às vezes.
Muitas vezes, por exemplo, os filmes originais se perdem ou ficam irreparavelmente danificados, de modo que não se podem produzir mais imagens a partir deles – nesse caso, o valor dos que já foram impressos aumenta muito. Dito isso, uma rara impressão fotográfica analógica ou uma Polaroid de um autor famoso em boas condições apresenta um valor histórico e financeiro muito maior que uma digital.
O certo é que tanto a fotografia analógica quanto digital seguem coexistindo, com fãs de ambos os estilos continuando a utilizá-las e promover seu uso aos amantes de fotos. E você, qual estilo prefere?
E aí, você já teve a chance de fotografar em uma câmera analógica? O que gosta mais, da fotografia analógica ou digital? Conte para a gente nos comentários. É fotógrafo? Então que tal se juntar à maior rede de profissionais da imagem? Clique aqui!