Conheça mais um dos fotógrafos novatos do time Fotop que esteve presente no maior evento de Rally do mundo
Apaixonado por viagens, Rodrigo Barreto começou a fotografar para registrar e documentar seus mochilões, paisagens e lugares incríveis por onde passava. Mas foi só em 2015, depois de passar por alguns pontos do Brasil e países da América do Sul, que ele resolveu aperfeiçoar as técnicas que já conhecia e melhorar as suas fotografias.
Dois anos depois, iniciou seus trabalhos profissionalmente com o Fotop. E, em 2022, foi um dos profissionais que integrou o time Fotop na 44ª edição do Rally Dakar, que aconteceu na Arábia Saudita entre 1 e 14 de janeiro.
“Foi bem empolgante receber o convite para fotografar o Rally Dakar, fiquei muito ansioso por semanas. Como fotógrafo profissional, é um marco na carreira e um reconhecimento do trabalho que você vem fazendo ao longo dos anos. E ter o Rally dos Sertões e o Rally Dakar pela primeira vez no mesmo ano foi épico”, diz.
Na época em que decidiu se juntar ao time de profissionais do Fotop, Barreto passava por uma transição de carreira. Por isso, as oportunidades que encontrava precisavam ser encaradas como uma profissão de fato. Isso lhe trouxe aprendizados que hoje se refletem em todas as imagens que o fotógrafo entrega.
“Fotografei meu primeiro evento pelo Fotop em junho de 2017. Fiz uma corrida de rua e foi horrível”, brinca. “Fotografei o evento inteiro em RAW e fiquei mais de um dia para editar tudo, pois ia editando foto por foto”.
O último Rally Dakar não foi o seu primeiro Rally. Barreto já havia fotografado o Rally dos Amigos em dezembro de 2017 e, entre 2019 e 2020, ele fotografou toda a temporada dos Rallys da Mitsubishi, pela equipe oficial do evento Mitsubishi Cups/Mitsubishi Outdoor. Com o Fotop, em 2021, ele fotografou o Rally dos Sertões.
Foco no Dakar
E não faltou preparo físico para o fotógrafo encarar seu grande desafio no maior Rally do mundo. Ele voltou a praticar musculação, corrida e intensificou seus treinos. Segundo ele, “no Rally se anda muito com todo o equipamento pesado nas costas, subindo e descendo dunas de areia o tempo todo, então estar preparado e não sofrer nestes momentos é importante”.
Além disso, Barreto tratou de revisar todo o seu equipamento fotográfico e fez um check-list de todos os itens para a viagem, incluindo os documentos que precisava para evitar surpresas.
“É incrível estar em um evento como este, a nível mundial, com uma estrutura gigantesca. É tudo extremamente organizado, com fotógrafos de todo o mundo, e você acompanha o trabalho compartilhando a mesma duna, o mesmo ponto de foto, todos se respeitando, é muito louco”, explica.
De acordo com o fotógrafo, para um evento como o Rally Dakar, é imprescindível ter conhecimentos variados, seja em navegação, saber ver mapas e, principalmente, estar disposto a se doar para viver o momento. Pois, se o fotógrafo desvia sua atenção, há chances de se cometer algum erro, que custa não só para o profissional, mas também para seus companheiros de trabalho. É preciso ter alta performance e ser independente.
“Fazer a foto em si, o momento em que você escolhe o local e aperta o botão, acaba sendo muito fácil, mas para chegar até aquele momento de apertar o botão existe um caminho longo”, conta.
O fotógrafo explica que um dos momentos mais marcantes do evento foi o último dia de Rally, onde estava na arena fotografando as premiações e lhe veio à cabeça todas as lembranças e uma retrospectiva da sua trajetória até ali.
De emoções a dificuldades, Barreto conta que, para ele, a maior delas foi a privação do sono. O evento é muito corrido e intenso e o sono em dia dita o ritmo do fotógrafo durante o dia, dita até mesmo o humor.
“Cada minuto de sono conta, foram muitos dias dormindo pouco. Tiveram dias que eu preferi ter alguns minutos de sono a mais do que ir tomar banho. Então a maior dificuldade foi dormir pouco por alguns dias”.
Para fotografar o evento, Barreto levou três corpos de câmera, ambos com excelentes velocidades de disparos sequenciais: 1DX Mark II, 5DMark II, 7DMark II. Entre as lentes, as escolhidas foram: 17-40mm, 35mm, 70-200mm, além de um extensor de lentes. Além disso, Barreto também contou com uma 1DX Mark II, cedida pela Canon BR e a Canon CPS.
Barreto conta que a maior lição tirada da sua participação no Dakar foi a de não se contentar com a foto que já tem. “Eu sou muito crítico com meu trabalho, e fotografar o mesmo assunto durante vários dias, às vezes traz a sensação de estar reproduzindo a mesma coisa. Então eu nunca me contentava com a foto que eu havia feito, estava sempre me movendo ou caminhando alguns quilômetros para chegar a uma foto mais interessante do que a que eu já tinha feito”.
Para finalizar, o fotógrafo reforça que não existe fórmula mágica para nada na vida, existe esforço, constância e repetição. “Se quer tirar fotos melhores, você precisa praticar, acertar, errar e repetir. Precisa ser constante, se dedicar. E não existe atalho, não existe pulo do gato. A sorte só acontece pra quem está preparado”.