Conversamos com um dos integrantes novatos no time Fotop que cobriu o Dakar 2022
Vinícius Cabral sempre foi um entusiasta da fotografia. Registrar suas viagens o aproximou do universo da imagem e despertou curiosidade. Fotografando profissionalmente há quatro anos, ele foi um dos profissionais que integrou o time Fotop na 44ª edição do Rally Dakar, que aconteceu na Arábia Saudita entre 1 e 14 de janeiro de 2022.
O fotógrafo iniciou na fotografia com a intenção de garantir uma renda extra. E foi através do Fotop que participou de seu primeiro evento, uma corrida clássica de bike que acontece em São Paulo, a Corrida Ciclística 9 de Julho.
“Vendi apenas 16 reais, mas, logo conheci a Fernanda Balster, que me passou todas as dicas para melhorar as minhas vendas. Logo após a 9 de Julho comecei a migrar para eventos outdoors, como Trail Runs e alguns eventos pequenos de Mountain Bike, sempre focando em aprender com a prática e ganhar espaço nos eventos maiores”, conta Cabral.
Hoje, o fotógrafo soma em seu portfólio, além dos registros do Dakar, imagens do Rally dos Sertões. Para ele, a categoria desses eventos sempre foi o seu foco principal dentro do Fotop. “Receber o convite para fazer parte da equipe de Fotógrafos me deu muito orgulho do trabalho e esforço que tive por tanto tempo”, conta Cabral.
Cabral explica que a preparação para o Dakar foi diferente de tudo que já havia feito, mesmo comparando ao Sertões, pois teve que comprar algumas coisas que não tinha precisado até então, como óculos fechados (motocross) para possíveis tempestades de areia, por exemplo.
“O Rally Dakar foi uma escola pra mim. Foram dias intensos de trabalho, emoções e muito aprendizado. Nos primeiros dias fiz alguns vídeos e até me emocionei, de encher os olhos d’ água, falando. Foi como se passasse uma retrospectiva na minha cabeça, desde o meu início na fotografia até aquele momento, vivenciando algo que havia almejado”.
Segundo Cabral, não houve dificuldades durante o evento, tirando o dia em que ele se esqueceu de ligar o despertador e depois teve que lidar com a culpa de se atrasar. “Me deixou bem chateado no dia, mas fora isso, tudo se resolveu no fim das contas. E o mais importante é que o trabalho foi entregue”, diz.
Para fotografar o evento, ele levou três câmeras Canon (1 DX, 5D MARK III, 70D), quatro diferentes lentes (Canon 70-200 mm, Canon 24-105 mm, Tokina 11-16 mm, Canon 300 mm) e um flash Godox AD 200 Pro.
Para ele, viver a experiência de participar do Dakar comprovou que, de fato, apertar o botão é apenas mais um dos tantos detalhes a serem considerados num Rally. “Eu voltei do Dakar um fotógrafo e uma pessoa mais madura, com certeza”, afirma.
Para finalizar, o fotógrafo enfatiza que na fotografia é importante acreditar e visualizar objetivos. “Trace metas e não se desvie delas até que você as tenha conquistado. Se eu consegui chegar à equipe do Dakar foi porque eu acreditei que eu poderia. Com o posicionamento de um eterno aprendiz, porque é isso que a gente faz na Fotografia”.